terça-feira, 23 de outubro de 2012


AULA DO DIA 19/10/2012
OFICINA
Didática e Pesquisa na Sala de Aula:
“A Relação entre Ensino e Pesquisa”


A oficina aqui comentada aborda o sexto capítulo da obra Didática: o ensino e suas relações, que tem como organizadora a autora Ilma Passos Veiga. O texto base aborda os atuais desafios da Didática e da prática pedagógica no que toca a superação de paradigmas e concepções filosóficas, assim como o repto de tornar o ensino uma experiência mais próxima da vida cotidiana dos alunos.

A autora do texto (Maria Isabel da Cunha – Professora da Universidade Federal de Pelotas) elenca ainda uma série de concepções teóricas de diferentes autores que se propuseram a analisar os paradigmas da Pedagogia, os quais, segundo a mesma, apesar de trazerem termos diferentes, seus pensamentos convergem para uma atitude de propor e/ou identificar uma forma alternativa de ensino que contraponha o conhecimento tradicional.

Segundo Cunha existe o “saber pronto” - conhecimento tradicional que não faz elos entre os conteúdos ministrados e a vida cotidiana do aluno, um conhecimento como reprodução, estático e inquestionável – e um “saber em construção” – um conhecimento no qual o aluno é levado em consideração como um indivíduo histórico-cultural, um saber enquanto produção, mutável e questionável.

A autora comenta também a influência do positivismo lógico sobre a pedagogia, afirmando que essa influência começa pelo conhecimento científico e depois alcança a escola fazendo com que o conhecimento se dê na forma de uma reprodução de conteúdos ao invés na produção dos mesmos.

Ao ser desenvolvida a Oficina de Pesquisa, foi aplicada uma atividade com um diagrama que descrevia interrogativamente os passos da prática pesquisa (esse diagrama está exposto na postagem referente à aula do dia 28/09/2012). 

AULA DO DIA 28/09/2012

PLANO DE OFICINA
Didática e Pesquisa na Sala de Aula:
“A Relação entre Ensino e Pesquisa”

VEIGA, Ilma Passos. Didática: O Ensino e Suas relações. Capítulo 6 Relação Ensino Pesquisa.

OFICINA: A Relação Entre Ensino e Pesquisa 19/10/2012
EQUIPE: Emanuel Oliveira & Felipe Borges
OBJETIVOS: A Turma C deverá se dividir em quatro grupos de cinco componentes aproximadamente e pesquisar sobre um tema geográfico (designado pela equipe responsável pela oficina) utilizando os recursos dos quais dispuserem (tablets, notebooks, celulares, internet, livros).
Cada grupo deverá coletar dados sobre o tema, comparar as informações retiradas de suas fontes bibliográficas, descrever suas referências, discutir e analisar os dados obtidos, expor seu ponto de vista e defendê-lo de maneira crítica.
Ao expor seu ponto de vista o grupo deverá responder as perguntas do digrama abaixo que descreve os “passos” de uma atividade investigativa: 


CONTEÚDO:
A Pesquisa no Ensino: Conceitos, Concepções & Práticas
ü  Os atuais desafios da Didática
ü  As concepções político-filosófico-sociais
ü  A Pedagogia e seus paradigmas
Ø  Concepção Bancária (Doação) X Concepção Libertadora (Re-Fazer) – Paulo FREIRE
Ø  Modernidade (Atualização Incessante) X Ensino Tradicional (Repetição) – Pedro DEMO
Ø  Paradigma Dominante (Saber Pronto) X Paradigma Emergente (Saber Reconstruído) – Maria PIMENTAL/Boaventura de SOUZA SANTOS
Ø  Práxis Repetitiva X Práxis Inventiva – Elisa LUCARELLI
ü  A Pesquisa segundo Marcos Bagno
O Aluno como Pesquisador
ü  Aprende a aprender (Ativo)
ü  Sujeito Histórico e Social
ü  Agente construtor
O Professor como Mediador da Pesquisa no Ensino
ü  Tem comunicação/interação com o aluno
ü  Revisa com o aluno
ü  Direciona o estudo
METODOLOGIA: O texto base para o desenvolvimento da oficina será o VEIGA, Ilma Passos. Didática: O Ensino e Suas relações. Capítulo 6 Relação Ensino Pesquisa. Além de resenhas críticas da obra BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 23. ed. São Paulo: Loyola, 2009.
RECURSOS DIDÁTICOS: Papel ilustrativo com os tópicos, diagramas da oficina e referências bibliográficas da oficina.
AVALIAÇÃO: Serão analisadas as maneiras com quais os alunos pesquisaram e desenvolveram seu conhecimento sobre o tema abordado em grupo.
BIBLIOGRAFIA:
Obrigatória - VEIGA, Ilma Passos. Didática: O Ensino e Suas relações. Capítulo 6 Relação Ensino Pesquisa.

Complementar - BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 23. ed. São Paulo: Loyola, 2009.

AULA DO DIA 13/04/2012
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS PROGRESSISTAS


Tendências Pedagógicas na Prática Escolar
Cipriano Luckesi


Nesse quarto encontro, continuamos a leitura e discussão do texto de Cipriano Luckesi, dessa vez abordamos as Tendências Pedagógicas Progressistas, que ao contrário das pedagogias liberais traduzem a perspectiva transformadora da educação.
Nessa discussão, utiliza-se o termo “progressista” para designar as tendências que partindo de uma análise crítica da realidade social sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. Por sua concepção e finalidade a pedagogia progressista não tem como se institucionalizar em uma sociedade capitalista, tratando-se de um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais.

A pedagogia progressista se apresenta em três versões: a libertadora, mais conhecida como pedagogia de Paulo Freire; a libertária, que reúne defensores da autogestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos que, diferentemente das anteriores, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais.
 
As versões libertadora e libertária têm em comum o antiautoritarismo, a valorização da experiência vivida como base da relação educativa e a idéia de autogestão pedagógica. Por conta disso dão mais valor ao processo de aprendizagem grupal (participação em discussões, assembléias, votações) do que os conteúdos de ensino. Como conseqüência, a prática educativa faz sentido somente numa prática social junto ao povo, razão pela qual se preferem as modalidades de educação popular “não-formal”.
 
Por fim a tendência pedagógica crítico-social dos conteúdos propõe uma síntese superadora das pedagogias tradicional e renovada, valorizando a ação pedagógica enquanto inserida na prática social concreta. Entende a escola como mediação entre o individual e o social, exercendo aí a articulação entre a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte de um aluno concreto (inserido num contexto de relações sociais), dessa articulação brota o saber criticamente elaborado.


AULA DO DIA 30/03/2012
TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS LIBERAIS
 
Tendências Pedagógicas na Prática Escolar
Cipriano Luckesi
Nesse terceiro encontro começamos a discutir as tendências pedagógicas na prática escolar, baseados em texto de Cipriano Luckesi, partindo das tendências pedagógicas liberais, as quais, segundo o autor traduzem uma perspectiva redentora da educação.
O autor evidencia que tanto as tendências quanto suas manifestações não são puras nem mutuamente exclusivas, o que, aliás, é a limitação de qualquer tentativa de classificação. Em alguns casos são complementares e em outros são divergentes.
Luckesi afirma que na Pedagogia Liberal, o termo ‘liberal’ não tem o sentido de “avançado” ou “democrático” como costuma ser usado, trata-se de uma doutrina que surgiu como justificação do sistema capitalista que ao defender a predominância da liberdade e dos interesses individuais, estabeleceu uma organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção ou sociedade de classes.
A pedagogia liberal baseia a idéia de que a escola tem a função de preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso os indivíduos devem aprender a se adaptar aos valores e normas vigentes na sociedade de classes através do desenvolvimento da cultura individual.
A Pedagogia Liberal se divide em: Liberal Tradicional; Liberal Renovada Progressivista; Liberal Renovada Não-diretiva e Liberal Tecnicista. Em cada tendência a prática escolar, o papel da escola, os conteúdos de ensino, os métodos, a relação professor-aluno, os pressupostos de aprendizagem e as manifestações na prática escolar se dão de um jeito.
Na tendência tradicional, a pedagogia liberal se caracteriza por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, no qual o aluno é educado para atingir, pelo próprio esforço, sua plena realização pessoal. Os conteúdos, procedimentos didáticos e a relação professor alunos não têm nenhuma relação com o cotidiano do aluno e muito menos com as realidades sociais. É a predominância da palavra do professor, das regras impostas, do cultivo exclusivamente intelectual.
A tendência liberal renovada acentua, assim como na tradicional, o sentido da cultura como aprimoramento de aptidões individuais. Porém a educação é um processo interno e não externo, ela parte das necessidades e interesses individuais necessários para a adaptação ao meio. Essa tendência propõe um ensino que valorize a auto-educação (o aluno como sujeito do conhecimento), a experiência direta sobre o meio pela atividade, um ensino centrado no aluno e no grupo.
A tendência liberal renovada possui duas versões distintas: a renovada progressivista ou pragmatista - que vem da idéia de uma educação progressiva (Anísio Teixeira) para indicar a função da educação numa sociedade em mudança decorrente do desenvolvimento científico – e a renovada não diretiva – voltada para os objetivos de auto-realização e desenvolvimento pessoal e para as relações interpessoais.
Já a tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade, tendo por função a formação de “recursos humanos”. No tecnicismo acredita-se que a realidade contém em si mesma suas próprias leis, bastando aos indivíduos descobri-las e aplicá-las, dessa forma o essencial são as formas de descoberta e aplicação e não o conteúdo da realidade.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012



AULA DO DIA 23/03/2012
A DIDÁTICA: OBJETO DE ESTUDO E FINALIDADES


LUKCESI, Cipriano. O papel da Didática na formação do Educador. CANDAU, Vera Maria “ET alii”. A Didática em questão. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996. (23-30)



Nesse segundo encontro da disciplina podemos discutir de acordo com os pensamentos de Cipriano Carlos Luckesi (Professor da Universidade Federal da Bahia) sobre o papel da Didática na formação do educador.
Primeiramente o autor expõe a sua concepção sobre o papel do educador no desenvolvimento social, definindo-o teoricamente como um ser histórico, político, filosófico e cultural.

Luckesi define, primeiramente, o educador como todo ser humano envolvido em sua prática histórica transformadora, situado dialeticamente num contexto educacional, isto é, somos todos educadores e educandos, ensinamos e somos ensinados, numa interação contínua, em todos os instantes de nossas vidas.
Em segundo lugar, aponta o educador como um profissional dedicado a atividade intencional de criar condições para o desenvolvimento de condutas desejáveis, tanto do ponto de vista individual quanto do grupo social.

Compreendendo a prática pedagógica como uma atividade intencional de caráter político, social, cultural e filosófico, o autor defende que a pedagogia nunca será, em hipótese alguma, uma ação neutra, pois é uma atuação ideologizada e marcada pela “coloração” do projeto histórico que se delineia no decorrer da própria ação.

Como conseqüência da compreensão anterior decorre que o educador não poderá exercer suas atividades isento de explícitas opções teóricas: uma opção político-filosófica pela opressão ou pela libertação.
Num segundo momento de sua reflexão o autor discorre sobre o papel da didática na formação do educador, dizendo que formar o educador consiste em criar condições para que o sujeito se prepare filosófica, científica, técnica e efetivamente para o tipo de ação que vai exercer. Para tanto será preciso não só uma aprendizagem cognitiva sobre os variados campos do conhecimento científico que o auxiliem no desempenho do seu papel, mas  também o desenvolvimento de uma atitude dialeticamente crítica sobre o mundo que o rodeia e sobre sua prática educativa.

Por fim, Luckesi fala sobre o papel da didática na formação do professor como um conjunto de mecanismos de preparação do educador, para conduzí-lo a um modo de facilitar sua prática educacional e assim como a aprendizagem dos modos propostos, no entanto chama atenção para o problema de a didática aparecer hipertrofiada de técnicas, esfacelada na relação teoria-prática , pois assim, não contribui significativamente para a formação de um educador comprometido com um projeto pedagógico, tradutor e executor de um projeto histórico de desenvolvimento do povo.